Legado

Como professor, Secretário de Estado, Ministro da Agricultura, membro do Congresso Nacional e líder rural, Alysson Paolinelli comandou a revolução agrícola tropical sustentável, a partir dos anos 1970. Foi um dos fatos econômico-sociais mais impactantes da história recente do Brasil e abriu um novo capítulo na história da produção alimentar do homem.

O grande salto

Na década de 1970, o Brasil era importador de alimentos básicos e a revolução agrícola garantiu a autossuficiência alimentar ao país e reduziu o peso da alimentação no gasto familiar, liberando renda para outros consumos de bem-estar. E o Brasil ainda foi além: tornou-se o quarto maior produtor e o maior exportador de alimentos básicos, do mundo.

Primazia da ciência

Para impulsionar essa revolução agrícola, Paolinelli priorizou a ciência. Estruturou um sistema de pesquisa agropecuária tropical único, cujo grande destaque foi a Embrapa, a maior empresa de tecnologia agropecuária do mundo tropical, hoje com 2.400 pesquisadores e 42 unidades descentralizadas de pesquisa, 26 delas criadas quando ele era Ministro da Agricultura.

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Raízes para crescer

Como Ministro criou instituições, políticas e organizações que viabilizaram a modernização da agricultura tradicional. Uma das principais foi o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro), que formulou políticas agrícolas para a região. Essa e outras iniciativas foram essenciais para institucionalizar a estrutura de governança que impulsiona a expansão da revolução agrícola tropical até hoje.

alysson paolinelli

Segurança alimentar

Os 1.102 municípios situados no bioma Cerrado produzem 46% da safra de soja do país, 49% do milho, 93% do algodão e 25% do café. Na pecuária é responsável por 32% do rebanho de bovinos, 22% dos frangos e 22% dos suínos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a revolução agrícola de Paolinelli, a produção brasileira de grãos saltou de 39,4 milhões de toneladas para 322 milhões de toneladas, de 1975 à safra 2022-2023. E já em meados dos anos 1980 o Brasil alcançou autossuficiência alimentar e hoje contribui com cerca de 20% do comércio mundial de alimentos.

Preservação

Graças às visões de Paolinelli, o Cerrado brasileiro respondeu com fartura, ainda está com 54% da sua vegetação nativa preservada e funcionou como uma espécie de cinturão protetor da Amazônia, pois desacelerou o apetite da fronteira agrícola brasileira com tecnologia tropical específica e altas produtividades.

Desenvolvimento humano

A revolução agrícola tropical sustentável interiorizou o desenvolvimento gerando empregos, aumento de renda e melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) nas regiões de base agropecuária, com elevação de 73% de 1990 a 2010. Uma evolução de vida que premiou sobretudo as gerações mais jovens.

Energia limpa

Paolinelli participou da criação do Proálcool (1975), o primeiro programa mundial de produção em larga escala de combustível renovável a partir de biomassa. Hoje, o programa neutraliza emissões na casa de 200 milhões de toneladas de CO²/ano, ajudando nas questões climáticas.

alysson paolinelli
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Sustentabilidade

As conquistas da revolução agrícola tropical de Paolinelli alinharam-se, desde a sua concepção, a conceitos de sustentabilidade. Tanto que 12 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU recebem impactos positivos do seu legado.

Proteção da Amazônia

Atualmente, Paolinelli é uma das raras lideranças tropicais com ações concretas de modelos de bioeconomia para a Amazônia, por meio de duas iniciativas que ele fundou (2012) e presidiu até 2023: Fórum do Futuro e Projeto Biomas Tropicais, que oferecem um novo caminho para o desenvolvimento da região.

Essas iniciativas tem por foco integrar conhecimentos de instituições acadêmicas e de pesquisa, para criar alternativas ao extrativismo na Amazônia e focar na bioeconomia.  Já tem novidades acontecendo, como fomento de café robusta, piscicultura com Pirarucu, integração lavoura-floresta e moradias de interesse social com resíduos de cultivos.

Tudo pensado para o bioma amazônico e integrando desde o início ciência, planejamento e gestão. Embrapa, Universidades Federais de Rondônia e Lavras, Sebrae, Alagro e Esalq-USP, entre outras instituições, estão engajados nesse esforço do Fórum do Futuro.