Anos 1970. Paolinelli colocou em marcha um inovador modelo agrícola tropical sustentável, que iniciou uma transformação profunda da agricultura brasileira.
O ponto de partida foi a reabilitação integral dos solos inférteis do Cerrado, um grande bioma de savana tropical, de quase 2 milhões de km².
Com isso, houve a recuperação biológica do bioma, o que permitiu produzir alimentos de valor como soja, milho, algodão, carne e leite.
Desde então, os índices de produtividade agrícola do Brasil não pararam de crescer. De 1975 a 2020 a produção cresceu 384% e a produtividade 500%.
Paolinelli colocou a ciência em primeiro lugar. Estimulou a pesquisa com a EMBRAPA e o esforço das Universidades agrárias. Criou a EMBRATER para difusão tecnológica. Conhecimento foi a palavra-chave.
Veio a autossuficiência alimentar no Brasil, já nos anos 1980. De importador o país tornou-se grande exportador de alimentos, hoje com superavit previsto em mais de US$ 80 bilhões.
Além de comida na mesa, a revolução de Paolinelli impactou o IDH dos municípios de base agropecuária, com aumento de 73%, de 1990 a 2010.
A revolução agrícola tropical sustentável foi brasileira, mas também é viável para outros países em desenvolvimento, dentro da faixa tropical do planeta.
“A ciência e a pesquisa precisam ser ampliadas para outros biomas tropicais, reproduzindo conquistas como as da agricultura tropical sustentável brasileira.”, diz Paolinelli.
“É preciso ter clara visão dos biomas para determinar se é possível obter boas produções sem degradar os recursos naturais”, alertava sempre Alysson Paolinelli.